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O CÉREBRO NÃO COLHE FRUTOS NO CANTEIRO DO ÓCIO.

De volta à blogosfera. Novidades pra todo lado.

Tem Juízo Mas Não Usa começa a deslanchar. A tiragem inicial do disco já tá se esgotando. Os shows da UFPE, os dois do Rival (RJ), o Cineport de João Pessoa, foram apresentações memoráveis. O público ultra receptivo nos obrigando a fazer o melhor. Do palco eu percebo as caras das pessoas, curiosidade e vibração. Sempre bis apoteótico, free style.

As datas de Porto Alegre e Florianópolis caíram. Ficou pra julho.

Semana que vem, SP. Dia 21 no Sesc Pompéia, 23 no Sesc Araraquara. Estamos recebendo convites de outros lugares, a coisa tá engrenando.
Hoje saiu um puta matéria n’O Globo. O disco vem sendo bem aceito. Tá criando onda e gerando assunto.

O cenário feito de fotos vem evoluindo a cada dia. As fotos do Flickr cada vez mais apuradas. Graças a vocês já temos um puta galeria de retratos de várias partes do mundo. E o telão enchendo.

Passei uns dias em Sampa, voltei segunda. SP transforma um pequeno final de semana numa overdose de eventos. Tirando o tempo perdido no trânsito, voltei empapuçado de informações, novidades, idéias. São Paulo é um gigantesco painel cultural. Basta ir ao lugar certo, estar com pessoas bacanas.

Fiquei (eu e a torcida do Corinthians) chapado com a exposição de Vik Muniz no MASP. O cara é absurdo. Incansável e absolutamente original. Ele criou com seus trabalhos uma Disneylândia do olhar. Monumental e amarradíssima conceitualmente. Levaria horas contando o que eu senti, concluí, estarreci, choquei, babei. É uma postura tão inovadora diante dos dogmas da arte visual que finda por explodir o conceito tradicional: pintura, escultura, instalação. Tudo isso está ali mas o tal do Vik vai mais longe. Ele fotografa suas peças. Toda a expo é feita de fotos. Enormes, minúsculas, tanto faz. A obra é fotografada e depois destruída. No entanto o impacto é retumbante. Numa das plotagens escritas na parede, ele diz: “ O CÉREBRO NÃO COLHE FRUTOS NO CANTEIRO DO ÓCIO.” É isso aí, caro Vik. O mundo é seu. Eu e Dani saímos de queixo caído.

Numa mesma tarde, passamos na FNAC e na feirinha da Benedito Calixto. Milhares de coisinhas pra ver, mesmo se tratando de points diametralmente opostos, antagônicos. Cybershop x antiquário. Milhares de coisinhas baratinando nosso olhar.

Tomamos chope no Filial, na Vila Madalena. O boteco charmoso e concorridíssimo dos irmãos Altman. Helton estava lá esperando a gente. Encontrei lá meu grande brother Bruno Garcia, que há anos não via, e que está estreando uma peça em SP semana que vem.
Fomos tentar assistir ao Pequeno Cidadão no Pompéia, mas chegamos em cima da hora e a lotação tava esgotada. Deixamos discos pra Arnaldo, Edgar Scandurra e Antônio Pinto, grandes camaradas. É um espetáculo infantil diferenciado, com Arnaldo Antunes fazendo trilha ao vivo. Enfim, perdemos essa.

Mas ainda deu pra ver “O Calendário da Pedra”, na volta aos palcos da magistral Denise Stoklos. Melhor do que nunca. Um monólogo sagaz escrito por ela em 2001 mas de uma atualidade impressionante. Você não consegue desgrudar os olhos daquele magneto humano e seu afiadíssimo rigor cênico. Outra artista mundial brasileira que todo mundo merecia conhecer.

No domingo participei como convidado das três sessões d’O Teatro Mágico, no Itaú Cultural. Os caras fizeram 18 shows em 6 dias. O público dando voltas no quarteirão. Uma rapaziada bacana e empreendedora que conseguiu no talento e na raça criar um fenômeno de empatia com seu público. Lá encontrei Silvério Pessoa e GOG, um rapper de Brasília, queridaço. Os dois também deram canja nos outros dias de show.

Fernando Anitelli me chamou pra cantar com ele “Noite Severina” , “O Verbo e a Verba” e “Ah, se eu vou”. Fui super bem tratado pelo público. Brava galera de Osasco que espalha música e civilidade, bom caratismo e juventude para o seu imenso público Brasil afora. A crítica torce o nariz pra eles, mas eles não precisam de nada. Prensam seus próprios CD’s, DVD’s, são de uma independência surpreendente. Grandes caras. Fiquei feliz de conhecer melhor essa querida família. Gustavo, Fernando e toda a trupe: valeu o carinho e a atenção de vocês.

Segunda, 9 da manhã, o avião decolou e voltamos, eu e minha mulher cheios de maravilhas na cabeça e na bagagem. Até semana que vem, SP. Na segunda a gente volta de case e cuia com toda a banda. Vamos nessa. Canteiro do ócio é o cacete.